sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Problemática sócio-ambiental


      O espaço territorial durante muitos anos foi caracterizado enquanto sinônimo de poder, pois a geopolítica baseava-se na premissa de que quanto mais domínio territorial se tivesse mais poder se tinha, uma vez que a produção industrial para se expandir precisa de territórios, tanto para aumentar a produção quanto para engrossar o mercado consumidor.
        Os problemas ambientais acarretados pela maciça e intensa exploração da natureza para fins industriais trouxeram outra noção de geopolítica. O espaço geopolítico é visto agora não apenas como representação do poder, mas como uma área multifacetada, coberta de diversos agentes sociais, paisagens distintas, contendo fauna e flora complexas (1). O espaço é reflexo da produção social.   
        As diferenças existentes entre os diversos lugares do mundo é nada mais nada menos do que resultado dos diversos modos de produção existentes neste mesmo mundo. O valor de cada território está intrinsecamente ligado ao modo de produção que nele foi implantado (2).
        A problemática ambiental se introjetou ou reintrojetou nas mesas de debates cientificas, nas pautas das reuniões de instituições governamentais e não governamentais no setor empresarial e movimentos sociais urbanos, como são possíveis verificar nas diversas manifestações por uma qualidade de vida melhor (3), uma vez que questão ambiental é também uma questão urbana, sendo acima de tudo uma questão social.
        Segundo Eduardo Viola, os movimentos sociais urbanos têm outros objetivos essenciais (moradia, segurança pública, pavimentação e drenagem de ruas e outros), porém anexou a proteção ambiental como uma pauta importante de sua ação (4).   
        A questão ambiental deve ser entendida como produto da ação da sociedade sobre a natureza e não apenas como problemas relacionados com a natureza. A problemática ambiental é bastante perceptível através da poluição do ar e das águas, da destruição da camada de ozônio, de inundações, do efeito estufa (5)... Ela deve ser compreendida, portanto, como resultado das atuações das sociedades em todo o mundo, e não apenas de parcelas da “sociedade A ou sociedade B”, pois mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra as conseqüências pairarão sobre todos.  


Referências Bibliográficas:

1- IANNI, O. Teorias da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
2- SANTOS, M. Espaço e sociedade (ensaios).Petrópolis: Vozes, 1979.
3- CAMPOS, R. L. O conceito de qualidade de vida: uma primeira abordagem.Campinas:IFCH,Unicamp. Série Monografias, Ano 3, nº 4,1993.
4-VIOLA, E. A problemática ambiental no Brasil (1997-1991): da proteção ambiental ao desenvolvimento sustentável. Revista Polis, nº 3, 1991.
5-RODRIGUES., A. M. Produção e consumo de e no espaço: problemática ambiental urbana. São Paulo: Hucitec, 1998.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL

       Você já parou para pensar o que significa democratizar a comunicação?
    Se você acredita que refletir sobre isso não é importante, saiba que está enganado. A introdução do rádio em território brasileiror, por exemplo, remonta o centenário da independência, 07 de setembro de 1922, baseada na ideologia liberal-conservadora, que objetiva a manutenção da exploração da maioria da população pela classe detentora do poder econômico e simultaneamente do aparelho do estado.Caso semelhante foi o da introdução das emissoras de televisão em território brasileiro, só para citar, lembremos do enorme apoio que as Organizações Roberto Marinho tiveram do governo militar durante o periodo da ditadura brasileira.
       Para que haja democracia numa sociedade, é necessário que haja democracia também no exercício do poder de comunicação. Será somente através da democracia que poderemos ter atendidas questões ligadas a integridade social e a superação das divisões sociais e discriminações.
      Democracia implica na soberania popular e na distribuição igualitária dos poderes. Sendo os meios de comunicação parte integrantes desses poderes.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Elevadores Sociais

     Se não por preconceito e/ou discrininação não existiria, por exemplo, elevador de serviço. O preconceito discrimina os seres humanos seja pela cor da sua pele, pela sua posição social, por sua religiosidade ou por sua orientação sexual. Somos herdeiros de uma sociedade aristocrata. Afinal de contas éramos parte do império português.

     Desde a nossa origem houve exclusão social, discriminação, preconceito e desrespeito. Seja ao nativo ou ao negro que veio da África para ser transformado em escravo. Todos vistos e tratados como seres inferiores. Ah! Quanto ao negro, nem gente era considerado.
     Fomos civilizados através da violência, do medo, do desrespeito, da morte. Basta lembrarmos o fatídico caso do índio Galdino. “Confundido” como mendigo por seus assassinos. Ou, ainda, o caso da empregada doméstica que foi agredida por um grupo de jovens, assim como os do outro episódio, os assassinos eram filhos da classe média; eles pensaram que se tratava de uma prostituta.


     Vivemos em uma sociedade onde o ter é mais significativo do que o ser. A quantidade de dinheiro que alguém possui determina a forma como ela poderá ser aceita socialmente.
     Em alguns casos o preconceito é resultado da ação tanto do brando quanto do negro sobre o próprio em negro. Não são raros casos de negros (as) que quando conseguem ascensão social são tão preconceituosos quanto alguém de cor branca. O que se sobrepõe é o status, não existindo uma identidade étnico-racial forte e arraigada em alguns afro-brasileiros. Caracterizando-se, assim,a continuidade da luta pela equidade.

Voto e os Meios de Comunicação de Massa

     O termo coronelismo foi criado por Victor Nunes Leal, no livro: Coronelismo: enxada e voto, de 1949. O coronel era o chefe político de um determinado município e recebia esse titulo como oficial da Guarda Nacional, criada no século XIX. Este representava o poder político local, através de um sistema de troca de favores e compromissos com as províncias e a União.
     O voto passou a ser utilizado como moeda de troca dos coronéis, o chamado voto de cabresto, que inicialmente era aberto e depois passou a ser secreto. Mas, mesmo sendo secreto, fazia com que os trabalhadores votassem no candidato do coronel, uma vez que havia uma dependência muito grande deste trabalhador em relação aos coronéis, sem contar que a conferência dos votos criava uma situação de obrigatoriedade.

     Assim, os coronéis municipais elegiam seus candidatos e se aliavam ao poder estadual, representados principalmente pelos governadores e posteriormente ao Governo Federal, caracterizando, por fim, uma rede de favores.
     Por sua vez a denominação coronelismo eletrônico designa a utilização das concessões de radiodifusão como moeda de negociação política. Este coronelismo é um fenômeno do Brasil urbano, que resulta da escolha que a União fez, ainda nos anos 30, da exploração dos serviços públicos de rádio e TV a empresas privadas, concedendo a elas outorgas.
    No novo coronelismo, o voto, continua sendo utilizado como moeda de troca. Porém, não mais tendo como base a terra, mas o controle da informação, que é capaz de influenciar a opinião pública, caracterizando-se, desta forma, por ser uma prática antidemocrática e enfraquecedora dos direitos dos cidadãos.

domingo, 7 de março de 2010

Breve histórico dos negros(as) no Brasil

     A história dos negros no Brasil começa com o seu seqüestro na África. Portugal incentivava conflitos entre as tribos africanas, pois nesses embates o vencedor aprisionava os vencidos para serem vendidos a pátria lusitana. A preferência era por homens novos (fortes) e que não falassem o mesmo dialeto, pois quase sempre eram de tribos rivais, com o propósito de que eles não pudessem se entender e conseqüentemente arquitetar revoltas e fugas. Ou seja, antes homens e mulheres livres, porém, depois que foram obrigados a abandonar sua pátria foram transformados em escravos, passando a ser considerados como uma mercadoria qualquer.

     A “libertação” aconteceu no dia 13 de maio de 1888, quando a Princesa Isabel assinou a lei Áurea (lei de ouro). Acabava legalmente a escravidão. Isso por pressão internacional! Os negros estavam finalmente libertos. Agora, o que fazer com a liberdade? Onde iriam morar?Onde iriam trabalhar? As lavouras, antes cultivadas por mãos negras, passaram a ser, manuseadas por trabalhadores assalariados europeus. E os negros? Ficaram entregues a “sua própria sorte”, uma vez que não houve preocupação por parte do governo brasileiro de realizar políticas públicas para contribuir para o processo de cidadania dessa parcela da população. Continuava o abandono social. Sem moradia, sem emprego e sem perspectiva de vida muitos negros (as) passaram a mendigar ou a realizar trabalhos subalternos.
    Os anos passaram, porém a exclusão social continua. E, prova disso está nas atividades desenvolvidas por esses cidadãos ao longo do tempo. Os homens negros de uma forma geral exercem a função de pedreiro, carregadores, seguranças, estivadores e outros. Já as negras trabalham como domesticas ou babás. Como se vê, os (as) negros (as) continuam fazendo praticamente os mesmos trabalhos que faziam quando eram escravos. São poucos os conseguem chegar ao curso superior e concluí-lo. Quando conseguem, tornam-se exceção diante da maioria esmagadora de exclusos sociais.