sábado, 21 de julho de 2012

Gênero e Sexualidade no Ambiente Escolar


Fruto da iniciativa da equipe de Sociologia da E.E.E.M. Visconde de Souza Franco, coordenada pelas educadoras Darling Costa e Regina Julião, realizou-se no dia 29 de maio de 2012 no auditório da referida escola o I Ciclo de Palestras Sociológicas: discutindo gênero e sexualidade do ambiente escolar.
A justificativa desta ação focalizou-se inicialmente no prosseguimento das atividades da disciplina de Sociologia voltada para as turmas da 2ª série do Ensino Médio, conforme proposta de conteúdos programáticos.
                O evento tinha como objetivo fazer abordagens reflexivas sobre a temática inicialmente discutida em sala de aula, sendo que posteriormente, ganhou novos espaços para discussão no âmbito escolar, digo, palestra sobre gênero e sexualidade. Com essa temática o/a estudante teve a oportunidade de descobrir que há padrões de comportamentos sociais sugeridos ou impostos pela cultura que o indivíduo faz parte, fazendo com que haja uma aparente normalidade nas ações e relações sociais entre homens e mulheres.
                A relevância deste ciclo de palestras foi de oportunizar a comunidade escolar de obter informações sobre o assunto por meio de relatos de experiências, atuação de organizações não governamentais, bem como, ratificar o papel do Estado em relação ao tema. Para isso, convidamos para participar desta o Senhor Samuel Sardinha, representando a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos/Coordenadoria de Livre Orientação Sexual e o Senhor Antonio Franco, representante da Organização Não Governamental Cidadania, Orgulho e Respeito – COR.
                Através de relatórios sobre a palestra e de conversas informais com os estudantes, tanto nos corredores da escola quanto na sala de aula, obtivemos os seguintes dados:
  •      É necessário que haja nas escolas uma reeducação sobre a sexualidade. As escolas tem que ensinar as crianças e adolescentes o respeito à diversidade sexual.
  •   Dificilmente um professor fala sobre a educação de diferenças sexuais. Os professores ainda tem que se prepara muito para falar sobre essa questão abertamente, pois há ainda um preconceito para ser quebrado... Tem que haver palestras, debates, exibição de vídeos e discussões sobre isso.
  •        A escola pode contribuir com palestras, debates para diminuir o preconceito contra os homossexuais, mostrando acima de tudo que isso não é uma doença e, que falar do assunto não vai induzir a pessoa a fazer o mesmo.   
  •       A lei Maria da Penha é muito importante, pois garante dos direitos da mulher cidadã. Ninguém é dono de ninguém, a mulher não é uma propriedade, como um terreno.
  •      Tanto na escola como nos demais lugares tem essa visão de preconceito quanto à homossexualidade. As pessoas sentem vergonha de falar com um homossexual porque vai ser mal visto por outras pessoas; muitas delas têm medo de sofrerem agressões pelo convívio com homossexuais. Uma forma de evitar esse preconceito é respeitar a orientação sexual dessas pessoas, convivendo normalmente com elas, pois elas também são seres humanos.
  •         Com a palestra consegui entender e saber a diferença entre o traveste e o transexual. Antes, era tudo confuso pra mim. Agora, posso explicar para quem não sabe. Agora, não digo mais opção sexual, sei que é errado, pois ninguém escolhe a sua sexualidade. Como foi falado o termo correto é orientação sexual, pois envolve a pessoa, a sociedade que ele/ela vive e a cultura.
  •        Nas aulas de sociologia eu aprendi que tenho que respeitar os homossexuais... a minha religião não aceita, eu não aceito. Mas, como já disse eu não sou obrigada a aceitar os homossexuais, sou obrigada sim, a respeitá-los, pois afinal de contas todos somos cidadãos e filhos de Deus.
  •        Eu aprendi que somos educados pela sociedade a agirmos como meninas ou como meninos, homens ou mulheres. Isso é um aprendizado social e cultural, tá no texto. É por isso que há comportamentos diferentes entre homens e mulheres nos diversos países.
Após analises dos relatórios e das conversas, chegamos à conclusão que os nossos objetivos de sensibilizar a comunidade escolar para a importância de atitudes de respeito em relação à questão de gênero, sexualidade e orientação sexual e de oportunizar aos estudantes informações sobre a temática a partir de abordagens sociológicas foram alcançados com sucesso. Porém, esse é apenas o inicio de uma longa caminhada, sobre as discussões que envolvem a questão de gênero e sexualidade no século XXI.